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Kagurabachi: Novo mangá é fusão de Jujutsu Kaisen e Demon Slayer, mas falta algo

É notável como o mundo dos mangás shonen continua a se expandir, e o mais recente na lista é Kagurabachi de Takeru Hokazono. Lançado sob o selo da Shonen Jump no início de setembro, o mangá fez um splash significativo com sua estreia, apresentando Chihiro, um anti-herói que faz sua introdução de forma explosiva — desferindo um ataque sangrento contra um sindicato criminoso.

No entanto, é difícil ignorar o eco de outros sucessos como Jujutsu Kaisen e Demon Slayer que ressoa nesta nova entrada. A verdadeira pergunta é: Kagurabachi consegue se destacar no universo saturado de fantasias urbanas japonesas?

A primeira edição do mangá traz uma mistura interessante: um mundo onde elementos modernos e retrô coexistem, a narrativa focada em um filho de espadachim habilidoso que empunha uma espada mágica para combater um grupo maléfico de feiticeiros conhecidos como Hishaku.

É um começo promissor, mas os elementos apresentados até agora não são novidade para o público acostumado ao gênero shonen. Por exemplo, Chihiro pode ser um anti-herói com motivações complexas, mas isso é realmente suficiente para se distinguir de outros protagonistas em histórias semelhantes?

A Trama de Kagurabachi: Intrigante, Mas Carece de Novidade

Reprodução: Kagurabachi/Shueisha

O mangá entra em cena com uma proposta estética bem desenvolvida e um anti-herói intrigante. Contudo, ao vasculhar a superfície, você percebe que as nuances são familiares. Os cenários de fantasia urbana e armas mágicas talvez sejam muito comuns para aqueles que já percorreram as páginas de outros mangás ou assistiram a adaptações de anime bem produzidas como Jujutsu Kaisen. O fato de que a espada de Chihiro é mais uma na longa lista de armas encantadas que vimos anteriormente — pense nas lâminas Nichiren de Demon Slayer — não ajuda no quesito originalidade.

Dito isso, seria injusto descartar Kagurabachi como uma mera imitação. O primeiro capítulo faz um bom trabalho em termos de ritmo. Começa com uma cena mais íntima entre Chihiro e seu pai, antes de nos mergulhar na ação e no perigo. É claro que Hokazono é consciente das expectativas do público, evitando o prolongamento de enredos óbvios. Há também uma tentativa de introduzir elementos policiais, que poderiam adicionar uma camada extra à série.

Reprodução: Kagurabachi/Shueisha

No fim das contas, o verdadeiro teste para Kagurabachi será o que vem a seguir. Com uma introdução cheia de elementos familiares, o mangá vai precisar trazer algo novo para manter o interesse dos leitores. Os elementos estão lá: um protagonista interessante, um cenário estilizado e uma premissa que tem o potencial de se aprofundar. O que Takeru Hokazono precisa fazer agora é explorar novas possibilidades em seu universo, algo que vá além dos clichês do shonen, para realmente fazer Kagurabachi brilhar como uma estrela própria na constelação da Shonen Jump.

Daniel Oliveira

Criador e escritor do site nerdhits.com.br. O site foi criado exclusivamente para comentar sobre os animes e mangás e oferecer entretenimento geek para os entusiastas do meio.

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