Naruto, criado por Masashi Kishimoto, é uma série extremamente popular e influente, com um mangá que já vendeu mais de 200 milhões de cópias. Além do sucesso literário, a franquia expandiu-se para filmes, jogos e romances leves. Em pouco tempo, Naruto estabeleceu-se como uma das melhores séries, sendo frequentemente mencionado ao lado de Bleach e One Piece.
A primeira parte da série foi indiscutivelmente fantástica em termos de qualidade. Os personagens eram memoráveis e tinham um tempo de tela equilibrado. Havia poucas contradições e inconsistências na trama.
No entanto, quando Naruto Shippuden foi lançado, ocorreram mudanças drásticas. Kishimoto fez algumas escolhas que não foram bem recebidas pelos fãs, resultando em acusações de que o autor arruinou sua própria obra. Agora, surge a questão: essas acusações são fundamentadas ou simplesmente infundadas?
O arco da Quarta Grande Guerra Ninja desperta opiniões extremas entre os leitores – ou eles o amam intensamente ou o odeiam profundamente. O ponto principal de discordância reside na introdução de Kaguya Otsutsuki e seu filho, Hagoromo Otsutsuki, que é considerado o principal problema desse arco.
Embora eles fossem incrivelmente poderosos, houve a necessidade de adicionar detalhes extras para justificar sua introdução. Isso levou Kishimoto a fazer de Naruto a reencarnação de Asura Otsutsuki. No entanto, a decisão de transformar Naruto em uma espécie de semideus não foi bem recebida pelos fãs.
No começo da história, Naruto era visto como alguém sem habilidades especiais, um verdadeiro azarão. Ele era apenas um trabalhador árduo que conseguiu controlar o poder da Nove-Caudas. No entanto, quando é revelado que ele é a reencarnação de um deus, isso tem um impacto significativo em suas realizações.
Além disso, a chegada do Clã Otsutsuki trouxe consigo um problema urgente: a necessidade de reavaliar os níveis de poder existentes. Durante a Quarta Grande Guerra Ninja, vários personagens demonstraram sua força impressionante, no entanto, nenhum deles chegou nem perto de igualar o poder de Kaguya Otsutsuki.
Kishimoto precisou recorrer a uma artimanha narrativa para permitir que os protagonistas, Naruto e Sasuke, derrotassem uma poderosa adversária que havia vencido até mesmo Madara, momentos antes. A adição dessa estratégia foi necessária para assegurar a sobrevivência dos heróis diante de tal desafio.
Madara Uchiha surgiu como uma figura imponente, levando todos a acreditar que ele seria o vilão supremo. Seu passado bem construído respondia às curiosidades dos fãs em relação ao lendário clã Uchiha. No campo de batalha, Madara dominou com maestria, tornando até mesmo o Hokage ressuscitado impotente diante de seu poder avassalador.
Mais tarde, a história apresentou a chegada de Kaguya Otsutsuki, considerada por muitos como o vilão final mais fraco da série, principalmente devido à sua ressurreição forçada, que desagradou a muitos.
A reintrodução de Kaguya Otsutsuki foi considerada desnecessária, e muitos acreditam que teria sido mais satisfatório se Madara Uchiha fosse mantido como o antagonista final. Kaguya foi inserida na trama com uma história de fundo mediana, e para compensar a falta de desenvolvimento de sua personagem, ela recebeu habilidades excepcionalmente poderosas.
Os fãs que acompanharam Naruto desde a infância estão naturalmente decepcionados com as decisões do autor. É evidente que a qualidade da escrita de Kishimoto diminuiu, o que se tornou perceptível em seu trabalho em outras séries também, como Boruto ou Samurai 8.
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